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26 de Dezembro de 2016 às 16:20

2016: ano das piores negociações salariais

Refletindo o mau momento econômico do país, as negociações salariais tiveram neste ano um dos piores resultados. Levantamento do Dieese, no segundo semestre de 2016, revela que, de 69 negociações, 21,7% tiveram ganho real, 60,9% tiveram reajustes em valor igual à inflação e 17,4%, reajustes abaixo – essas perdas foram de 0,45% até 3,25% (se comparado com índice do INPC). Sem falar que em 20 acordos, os reajustes foram parcelados em duas vezes.

No caso do setor de energia elétrica, a Light (RJ) e CPFL (Santos/SP) também concederam reajustes abaixo da inflação, com perdas salariais de 0,48% e 0,46%, respectivamente. A mesma situação ocorreu com outra holding do setor de energia, a EDP Energias do Brasil. A empresa concedeu 8% de reajuste salarial, mas sendo pago de forma parcelada: 6% em 2016 e 2% somente em 2017.

Até mesmo categorias fortes que são mobilizadas e unidas, como no caso dos bancários, tiveram um reajuste salarial abaixo da inflação. Mesmo com uma greve nacional de 31 dias, a maior dos últimos 12 anos, a categoria teve perda salarial de 1,48%.

Segundo a economista e supervisora técnica do Dieese em Mato Grosso do Sul, Andreia Ferreira, o desempenho das negociações refletiu a crise que passa a economia brasileira, já que os indicadores utilizados para explicar o desempenho das negociações salariais – desemprego e nível geral de atividade econômica – foram desfavoráveis.

No caso da Energisa, Andreia ressalta ainda que, com o engajamento das lideranças sindicais e dos próprios trabalhadores, foi possível conquistar um acordo que mantivesse os direitos conquistados nos anos anteriores e preservasse o poder de compra dos salários. “Em um contexto socioeconômico, e especialmente político, em que os trabalhadores estão tendo seus direitos trabalhistas e de organização social ameaçados, extintos e criminalizados, essa manutenção representa um ponto de resistência positivo para a categoria, que desde já deve estar atenta para saber como se posicionar para a próxima negociação”.

 

**Esta matéria foi publicada no informativo do Sinergia nº45. Clique na imagem abaixo e leia o informativo na íntegra:



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